Assim que subiu ao pódio dos Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro, foi ovacionada pela torcida que cantou junto com ela o hino nacional,
Rafaela desceu para falar com dezenas de jornalistas que a esperavam. Quando
foi perguntada sobre o que queria fazer agora que era campeã olímpica,
respondeu rápido: “Agora eu só quero comer. Estava segurando o peso”. Seu
objetivo, ela disse, era conhecer a lanchonete da Vila dos atletas.
Depois de sair da
Arena Carioca 2, onde ganhou suas cinco lutas na Olimpíada, ela começou a
maratona que todo medalhista olímpico brasileiro deve enfrentar. Ela só chegou
à Vila Olímpica perto das 3h da manhã, após participar de quatro programas
diferentes. Sabe o que ela comeu nesse meio tempo? Dois hambúrgueres, comprados
pela equipe de comunicação da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) na
lanchonete que atende aos jornalistas na Olimpíada.
A lanchonete da Vila, aquela que Rafaela Silva, está ansiosa para
conhecer, estava fechada. E ainda não tinha aberto quando ela saiu, às 9h da
manhã, para mais uma maratona. Rafaela foi para o Espaço Time Brasil, um
pavilhão montado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) em um shopping na Barra.
Lá, mais entrevistas e fome. “Eu não consegui nada ainda. Só bebi água e suco.
Acordei com o pessoal batendo no quarto, querendo abraçar, ver a medalha”.
Mas como vida de campeã olímpica é bem mais complicada do
que todo mundo imagina, Rafaela não estava liberada para fazer o que quisesse
após mais esse compromisso. Depois de deixar o espaço do COB, era hora de
atender aos patrocinadores e mais jornalistas, lá foi ela para o centro do Rio de Janeiro, em um
hotel, para dar mais entrevistas e se encontrar com representantes das empresas
que bancam a CBJ. No dia seguinte, ela
tinha agendadas dez entradas aos vivo na televisão, aja fôlego, e o sonho de
conhecer aquela lanchonete da Vila dos Atletas, em que ela poderia comer à
vontade e não pagar nada, estava longe da campeã olímpica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário